Páginas

segunda-feira, 30 de março de 2015

CAP, O MEU ATLÉTICO INTERINO

   Você conhece alguém que chame um afeto por siglas? Eu não consigo lembrar de ninguém que chame o amor da sua vida por uma sigla insossa, sem alma, sem paixão.

   O Atlético que aprendi a amar é e sempre será Atlético. O Atlético que amo nunca teve craques badalados, nem contratações de peso nem essas firulagens, no entanto sempre teve aquele tempero a mais, aquela garra, aquela vontade de atacar e vencer até jogo de botão. A torcida do meu Atlético é vibrante, canta alto, empurra os jogadores e vira comentário recorrente na boca dos adversários, "é, lá dentro é sempre muito complicado...". O meu Atlético sempre teve jogadores que batiam no escudo e se impunham dentro de campo, sempre teve aquele jogador que dava aquele pouquinho a mais numa dividida, num carrinho ou na cobertura de um companheiro. O Atlético que eu aprendi a amar tem cara de Libertadores, ganha com elencos mais fracos, porém fechados, perde, mas perde de cabeça erguida. O meu Atlético tem uma alma, é um estado de espírito, é uma outra dimensão. O meu Atlético nunca precisou de muito para me manter apaixonado, apenas a vontade e o interesse de querer sempre passar em cima, não importando se tratava-se do ridículo rival local, ou se de Santos, São Paulo ou River Plate.

   O meu Atlético anda sumido. No lugar dele interinamente temos uma sigla, um tal de CAP. Esse CAP joga no estádio mais moderno do Brasil e não assusta nem time de crianças. Esse CAP só pensa em obras, projetos a longo prazo e venda de jogadores para o...... Flamengo. Esse CAP me faz ter vontade de cochilar na minha confortável cadeira cinza. Esse CAP me faz assistir jogos em silêncio no sofá de casa, tendo como única expressão recorrente, um olhar decepcionado trocado com meu pai quando algum outro lance inacreditável acontece. Esse CAP tem somente 1 jogador num elenco de uns 50 e ele nem joga com os pés. Esse CAP faz tudo do jeito difícil, é um clube antipático com seus próprios jogadores e não gosta de futebol. Sim, no CAP é proibido gostar de vencer, de ver o time trocar passes, de ter algum ídolo. Esse CAP do qual estou falando é um iceberg gigantesco e cinza, sem alma, sem perspectivas, sem empolgação, sem amor correspondido. Esse CAP vai jogar o Torneio da Morte de um campeonato semi amador, com um estádio de Copa vazio e... um teto retrátil fechado para que os jogadores do Prudentópolis não tomem chuva.

SAUDAÇÕES RUBRO NEGRAS!!!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...